Os jovens mortos no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, foram sepultados na tarde da última sexta-feira (24). O estudante Daniel Costa Ferraz, de 19 anos, foi enterrado no Cemitério Municipal de Japeri, na Baixada Fluminense. Já a despedida do vendedor de balas Crysthyan Samuel de Freitas Mello, de 17 anos, aconteceu no Cemitério Municipal de Olinda, em Nilópolis.
Durante o sepultamento de Daniel, Eduarda dos Santos, amiga da vítima, vestia uma camiseta com uma foto dela ao lado do jovem. Ela ressaltou que o rapaz era querido pelos colegas da escola. "Acho muito errado o que fizeram com ele, sou amiga e realmente quero justiça", relatou a jovem de 18 anos.
Na manhã de quinta-feira (23), Daniel estava a caminho do Colégio Estadual Antônio Figueira de Almeida, em Nilópolis, onde cursa a 3ª série do Ensino Médio, quando foi baleado no Complexo do Chapadão, na Zona Norte. Antes de sair de casa, o jovem tomou café da manhã com a mãe, que fez aniversário no mesmo dia.
De acordo com Rafael Costa Ferraz, irmão da vítima, policiais militares atiraram contra Daniel e Crysthyan. "Quando ele saiu foi chamar uma menina na rua de trás, mas quando ele estava descendo as escadas, a polícia apareceu e atirou. Não estava tendo operação, nem nada, eles pararam com o carro na esquina e deram tiros na direção do escadão", contou Rafael.
Leandro da Costa Mello, pai de Crysthyan, contou que o filho estava no Complexo do Chapadão para vender balas durante uma festa. "Naquele dia, ele foi no Chapadão porque ia ter baile lá e os amigos o levaram para trabalhar. Quando foi pela manhã, ele estava vindo embora e os policiais deram tiro nele. Nem todo mundo que mora na favela é bandido. Eles entram atirando em qualquer um, eles estão alegando que meu filho estava com arma, mas meu filho não anda armado", desabafou.
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