terça-feira, 1 de novembro de 2022

Após dois dias de incêndio, Ceasa volta a funcionar


Apesar do Corpo de Bombeiros seguir trabalhando no local, lojas que não foram atingidas abriram normalmente

RIO - Depois de dois dias de incêndios consecutivos, a Central de Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa), em Irajá, na Zona Norte, reabriu as portas nesta terça-feira (01). O estabelecimento foi atingido por um incêndio no último domingo (30), que afetou três lojas, e outro, de grandes proporções, nesta segunda-feira (31), que destruiu três depósitos de descartáveis, além de uma serralheria e uma loteria. O Corpo de Bombeiros conseguiu controlar o fogo nas lojas atingidas e atua ainda no rescaldo de alguns focos em um depósito de bebidas no local.

Felipe Bastos é proprietário de uma das lojas destruídas, a Lojas Bastos, que vende artigos descartáveis em plástico. Segundo o homem, que estava no escritório quando o fogo começou a se alastrar, não foi possível identificar a origem das chamas. "Quando eu fui dar conta, a situação estava incontrolável, e nossa preocupação era retirar os colaboradores. Conseguimos salvar alguns produtos, mas foi tudo muito rápido. Os meninos ainda tentaram utilizar extintores, mas já não era possível. Assim que todos saíram, só esperamos a chegada da brigada", disse.

O empresário ainda não contabilizou os prejuízos, nem acionou o seguro. "A ficha ainda não caiu, não paramos para avaliar isso. A gente tenta colocar mais mercadorias focando no fim de ano, e em alguns eventos que vem por aí, mas, infelizmente foi 'perda total'. Agora, é hora de colocar a cabeça no lugar, recomeçar do zero e trabalhar para reconstruir tudo", desabafou.

O assessor da presidência da Ceasa, Alberto Fernandes Pereira, lamentou as lojas destruídas pelo fogo e reafirmou que a cidade não corre risco de desabastecimento. "Não há risco. Só em Irajá temos mais de 800 permissionários e, lamentavelmente, cinco comerciantes foram vitimados, mas o funcionamento segue normal no mercado", disse. Segundo ele, apesar de transtornados, os lojistas seguem calmos, uma vez que não houve vítimas.

Ele descartou, inicialmente, a hipótese de origem na instalação elétrica do estabelecimento e acrescentou que uma investigação interna segue em curso para averiguar alguma falha individual. "Durante alguns anos, estamos implementando um cronograma próprio para modernizar os sistemas preventivos de incêndios", disse. Questionado sobre o atendimento do Corpo de Bombeiros, ele informou que o local dispõe de um grupamento próprio - 24º GBM (Irajá) - e que não há relatos de atraso no combate ao fogo.

De acordo com Alberto, ainda não há estimativa de prejuízo dos comerciantes por conta do incêndio, porém há expectativa de auxílio por parte do estabelecimento. "A diretoria está reunida para entender os impactos desse acontecimento e ainda vão definir o que pode ser feito", concluiu.

Rodrigo Almeida, 32 anos, é proprietário de duas lanchonetes, nos bairros de Santo Cristo, na Região Central e na Ilha do Governador, na Zona Norte, e foi ao mercado nesta terça-feira. "As lojas em que compro não foram atingidas e estavam abertas. Também vi que o fluxo de pessoas estava normal, apesar do cheiro de queimado e de ter muitos policiais e bombeiros no local", disse. 

A assessoria do Corpo de Bombeiros confirmou que militares seguem atuando no mercado, e que o fogo atingiu o pavilhão 73 do estabelecimento. Os agentes seguem concentrados no rescaldo de um depósito de bebidas, que ainda apresenta alguns focos de fogo. A Defesa Civil do município fará a vistoria para verificar a estrutura do imóvel, assim que houver a liberação pela corporação.

Segundo a Polícia Militar, agentes do 41º BPM (Irajá) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) foram deslocados para reforçar o policiamento no perímetro do mercado, no entanto, até o momento, não houve ocorrências envolvendo detidos no local.

Procurada, a Polícia Civil não respondeu se já há alguma investigação em curso sobre a causa do incêndio.

Após novo incêndio , uma onda de saques afetou o estabelecimento

Nesta segunda-feira, um novo incêndio atingiu cinco lojas do mercado. A assessoria da Ceasa informou que as Lojas Bastos, São Miguel Arcanjo, uma lotérica e outros dois estabelecimentos foram afetados. No domingo, foram atingidas uma serralheria e três depósitos de descartáveis, mas não afetou as estruturas do local e foi controlado pelos bombeiros. Houve saques de alguns estabelecimentos em meio ao fogo como mostram alguns vídeos publicados em redes sociais.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma multidão correndo em direção ao fogo para dentro das lojas. Nas imagens, é possível ver homens saindo com mercadorias e distribuindo para as pessoas. Seguranças internos dos estabelecimentos deram tiros para cima na tentativa de dispersar a confusão e evitar roubos. Segundo testemunhas, a polícia está no local tentando controlar a multidão para evitar saques às lojas, que já tiveram itens roubados.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, agentes foram acionados por volta das 9h45 para conter o fogo. Um total de 60 militares dos quarteis de Irajá, Penha, Centro de Suprimento e Manutenção (CSM), Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndio (GTSAI), Duque de Caxias, Campinho e Guadalupe atuaram no local.

Via: O Dia

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