NILÓPOLIS - Seis alunos do Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa, em Nilópolis, vão participar entre os dias 18 e 22 de uma das principais olimpíadas de matemática da China, a World Mathematics Team Championship. A competição este ano acontecerá de forma virtual. Em 2019, um grupo de alunos chegou a viajar para a China para competir. Na ocasião, a escola recebeu uma placa de honra ao mérito e trouxe medalha de bronze.
O grupo de alunos participa de um projeto do professor Fernando Rocha, que dá aulas no Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa há cinco anos. Eles se reúnem no contraturno, nos intervalos das aulas e até nos finais de semana para estudar matemática para Olimpíadas. Durante a pandemia, participaram de diversas competições virtualmente.
— Fiz esse projeto e fui estudando metodologias. A metodologia ativa deixa de lado um pouco a questão cognitiva, de errar, acertar. Ela trabalha mais a questão emocional do aluno, que é muito mais importante. Aqui os alunos não estão preocupados em passar de ano, estão preocupados com o futuro deles. Então, passar de ano é consequência da tentativa de ter uma boa colocação ao sair do Ensino Médio. Isso é mais importante para que eles não fiquem mais com medo, porque aqui o errar e o acertar é irrelevante para mim — explica o professor Fernando.
Segundo ele, o projeto reflete no futuro dos alunos e nos resultados do ENEM, e cerca de 30 alunos dele foram aprovados para universidades públicas no ano passado:
— A importância é depois que eles terminam o Ensino Médio. Os alunos que participaram do projeto anteriormente, eles estão bem colocados. Quando começamos a ter resultado em Olimpíadas, refletiu no resultado do ENEM — afirma.
A aluna do terceiro ano Vitória Camilly dos Santos, de 18 anos, diz que sempre gostou de ciências exatas e procurou estudar nessa escola depois de ver uma reportagem na televisão falando sobre o projeto de matemática do professor Fernando que participa de competições nacionais e internacionais.
— Eu conheci esse projeto através da televisão e foi por isso que eu quis vir para o colégio, por causa do projeto. É extremamente benéfico, eu vou levar para o resto da vida — afirma.
CI Rio de Janeiro ( RJ) 12/11/2021 BX Aluna Vitoria Camilly já ganhou medalhas em competições de matemática / Foto Cléber Júnior - Extra Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
A estudante, que mora em Realengo, na Zona Oeste do Rio, cruza a Região Metropolitana todo dia para estudar em Nilópolis, e sonha em fazer faculdade em universidades dos Estados Unidos como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para cursar astrofísica. Durante a pandemia, ela teve dificuldade no acesso à internet para poder participar das competições virtuais, porque não tinha computador, mas foi ajudada pelo professor com a doação de um notebook que era dele. É a primeira vez que Vitória Camilly participa de uma competição internacional.
— É a primeira conquista tão grande que eu já imaginei ter na minha vida. Eu gostava muito de exatas, mas eu não tinha conhecimento das olimpíadas — diz a jovem.
Já para a estudante Letícia Maria da Costa, de 18 anos, também do terceiro ano, é a segunda vez que ela vai estar nesta competição da China. Em 2019, ela chegou a ir ao país com o grupo da escola para competir.
— Foi interessante, foi uma experiência boa. O choque de cultura foi um pouco impactante, mas a gente conseguiu aproveitar. A prova era dividida em três partes: individual, em dupla e em grupo — lembra ela sobre a competição de dois anos atrás.
CI Rio de Janeiro ( RJ) 12/11/2021 BX Aluna Leticia Maria Costa não gostava de matemática e já participa pela segunda vez da competição da China / Foto Cléber Júnior/ Extra - Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
Letícia diz que entrou no projeto de matemática depois que passou para a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e foi indicada por uma professora a procurar o grupo de estudos do professor Fernando.
— Eu confesso que não gostava muito de matemática. Mas você vai fazendo, vai vendo, vai ficando interessante. Quanto mais você faz, mais você gosta. É a prática — diz a estudante.
Este ano ela já ganhou medalha de bronze na competição Canguru Matemático Sem Fronteiras, e diz que o projeto a ajudou para além da sala de aula:
— Mudou na concentração, atenção, em como lidar melhor com as pessoas... ajudar o próximo, a ser uma pessoa mais sensível e determinada — afirma.
Via: Jornal Extra
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