terça-feira, 20 de julho de 2021

Setor de tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) de Nilópolis funciona no Posto Central


Equipe é formada por Dois médicos, psicólogo, técnico de enfermagem e duas preventivistas.

NILÓPOLIS - Subindo o segundo andar do Posto Central de Saúde de Nilópolis está o setor de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), responsável pelo atendimento e realização de testes rápidos para detecção de HIV, pelo tratamento desta imunodeficiência, sífilis e hepatites B e C. Duas vezes por semana dois médicos infectologistas atendem os pacientes e, em junho, eles receberam nove pessoas que eram soropositivas. O atendimento é feito com todo o sigilo.

O médico Izidoro Flumignan é servidor da Fiocruz e está cedido à Secretaria de Saúde de Nilópolis. “Graças ao Programa Interativo de Resgate de Pacientes, firmado entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz, estou aqui há um ano e meio. A enfermeira liga para os pacientes que não estão vindo, fazendo a chamada busca ativa”, explicou o infectologista, salientando que muitos abandonam o tratamento.

O médico observou que quem larga o tratamento, muitas vezes, são pacientes mais graves, que sabem que têm a doença. “ Eles somem, continuam tendo relações e transmitindo a doença”, lamentou Flumignan. Segundo a preventivista Laura Lee, muitos também têm o medo de encontrar pessoas conhecidas no local.

Além do atendimento médico, os pacientes têm acompanhamento psicológico, assistência social, distribuição gratuita de remédios e também orientações de uma farmacêutica quanto ao uso correto das medicações, caso haja dúvidas. O teste rápido para detecção do HIV é realizado também nos postos do Frigorífico, Paiol, Nova Olinda e Juscelino Kubitschek. Em caso positivo, o paciente é encaminhado para o Posto Central.

De acordo com o médico Izidoro Flumignan, a equipe atende 50 pessoas diariamente. A cada trimestre, 71 pacientes são tratados para a sífilis. “Todas essas doenças transmissíveis podem ser evitadas com o uso de camisinha. Esse é o método mais eficaz”, assegurou, creditando à ignorância do homem e da mulher a não-exigência do preservativo no momento da relação sexual.

Dias de consulta

Os médicos dão consultas às segundas e às quintas-feiras, o psicólogo está de plantão às quartas-feiras, a assistente social recepciona os pacientes no mesmo dia, a enfermeira está no setor às quartas e sextas-feiras e a farmacêutica atende às quintas e sextas-feiras. A distribuição de medicamentos prescritos pelo médico é feita diariamente, mediante a apresentação da receita.


Preocupa a equipe o fato de que a faixa etária dos pacientes soropositivos está diminuindo. “Temos jovens de 20, 18 e até 16 anos”, ressaltou a farmacêutica Patrícia Eunice Conceição, servidora do município. Também integram o grupo a técnica de enfermagem Viviane Bezerra, as preventivistas Laura Lee e Geni Siqueira e a infectologista Lilha Jurema da Mata.

Laura Lee e Geni Siqueira transformam potes de doces em baldes onde colocam preservativos masculinos. Elas penduram esses baldes nos pontos de ônibus e também em halls de entrada de prédios onde há consultórios médicos, como um localizado na Praça Nilo Peçanha, na Avenida Mirandela.

“Deixamos nesses locais porque muitas pessoas têm vergonha de ir aos postos e UPAs pegarem. Todos dispõem de camisinhas masculinas e femininas”, afirmou Laura Lee.

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