RIO - O preço médio do litro da gasolina comum para o consumidor final, em julho, será de R$ 6,24 no Rio, estado onde acontece a segunda maior cobrança pelo combustível no país. A estimativa é do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), e foi divulgada na última sexta-feira. E os motoristas fluminenses têm ainda mais motivos para se preocupar. Segundo especialistas, a tendência do preço da gasolina é aumentar até o fim do ano.
— Dá para esperar que o preço médio do litro ultrapasse R$ 6,75, no mínimo, se não houver nenhuma mudança brusca, o que eu não visualiizo para breve, na trajetória dos fatores que impactam na alta do preço: a desvalorização do real e a elevação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional — afirma o professor Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista da São Paulo (Umesp).
O professor da Umesp explica:
— O barril de petróleo está em trajetória de alta no mercado internacional, dada a elevação da demanda. A recuperação da economia, em especial dos países desenvolvidos, tem pressionado o preço de diversas commodities no mercado internacional, incluindo o do petróleo. A Petrobrás vem seguindo a política de preços de paridade de importação (PPI), acompanhando a variação do preço do produto no mercado internacional, sendo também influenciada pela taxa de câmbio. Aqui não é demais ressaltar que embora o Brasil seja autossuficiente na produção de petróleo, não tem capacidade de refinamento suficiente, sendo necessário exportar petróleo bruto e importar os derivados refinados, que são mais caros e contêm maior valor agregado.
Para Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec RJ, não é possível prever ainda a quanto chegará o preço da gasolina até o fim do ano, mas "a chance de alta no preço é maior que a estabilidade ou de queda":
— Nos últimos dias o câmbio vem cedendo e o dólar tende a se estabilizar abaixo de R$ 5, funcionando como um contrapeso no futuro aumento dos combustíveis, por elevação do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Mas ao olhar os mercados internacionais, é possível ver que a retomada da economia global faz com que exista um aumento da demanda pelo petróleo até o fim do ano, encarecendo o combustível.
O preço médio do litro da gasolina no Rio para julho fica atrás apenas do estipulado para o Acre (R$ 6,36). Braga explica o que leva a isto, apesar do estado fluminense ter o maior parque produtor e extrator de petróleo, matéria-prima do combustível, no país.
— É a carga tributária. A alíquota do ICMS para a produção de combustíveis no Rio é de 34%, enquanto em São Paulo é de 24%, por exemplo. É a alíquota mais cara do país, chegando a ser responsável por mais de 30% do preço final do produto. Além disso, o combustível é uma mistura também composta por etanol, que o estado do Rio compra de São Paulo, então paga frete. E aí o preço fica mais caro do que em outros estados que tem produção de etanol — pontua.
Via: Jornal Extra
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