terça-feira, 29 de junho de 2021

Conta de luz deve ficar 8% mais cara até agosto com novo valor da bandeira tarifária


BAIXADA - A conta de luz deve ficar 8% mais cara até agosto com novo valor da bandeira tarifária. Com a crise hídrica que o país enfrenta, devido ao baixo volume de água nos reservatórios, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou hoje um reajuste de 52% no valor cobrado da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto da tarifação.

Com isso, a cobrança adicional subiu de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), o que deve fazer a conta subir, em média, 5% só em julho.

Para agosto, deve haver outro reajuste e a sobretaxa do kWh poderá chegar a R$ 11,50. Com isso, a conta subirá mais 3% em agosto, segundo a economista da XP, Tatiana Nogueira. Poderá, assim, chegar a um aumento total de 8% considerando julho e agosto.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, chama a atenção que o aumento da luz vai pesar no bolso dos brasileiros três vezes.

— Além do custo direto, tem o preço da energia embutido nos produtos consumidos. O aumento da luz também vai impactar na inflação. Com a energia, aumentamos nossa projeção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021 e 5,7% para 5,9%.

A meta de inflação deste ano é de 3,75%, com tolerância para cima até 5,25%. Sanchez, porém, não credita apenas à energia o furo do teto da inflação e considera os alimentos e a gasolina como corresponsáveis pelo resultado final.

Já Tatiana põe, além da energia, a alta no preços das commodities na conta da inflação deste ano. Depois do anúncio desta manhã, a XP elevou sua projeção do IPCA deste ano de 6,2% para 6,3%.

— Vendo estes preços pressionados, o Banco Central deve aumentar o ritmo de crescimento da taxa Selic para conter repasse da inflação do ano seguinte. Acreditamos que o aumento da taxa será de 1%, e não de 0,75%, como previsto, na próxima reunião. Aumentar os juros deve ser uma das medidas para conter a inflação no ano que vem — avalia a economista.

— A alta nos preços da energia influencia diretamente a inflação. Os preços de energia entram no grupo de habitação, o qual possui peso mensal de 15,4%, sendo o terceiro grupo que mais influencia o IPCA — acrescenta Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura Investimentos.

A justificativa do aumento da conta de luz, segundo a Aneel, é a crise hídrica que o país atravessa. Com o baixo volume de água nos reservatórios das hidrelétricas, o custo para gerar energia é maior.

Via: Jornal Extra

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