quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Veja como se prevenir de criminosos que usam cada vez mais o Pix para aplicar golpes

 
CUIDADO - O Pix, sistema de pagamentos do Banco Central do Brasil (BC), começou a operar no dia 16 de novembro, há exatos três meses. De lá para cá, já são mais de 65,4 milhões de usuários cadastrados, entre pessoas físicas e jurídicas - e esse número cresce mês a mês. Apesar das diversas funções, são as transferências de pessoa para pessoa que dominam as transações da ferramenta até o momento - e aí que mora um grande perigo: com a facilidade e rapidez do Pix, criminosos têm aprimorado golpes e utilizado o WhatsApp como isca para roubar dinheiro.

A principal questão não está no Pix nem em seu sistema, que tem se mostrado seguro. De acordo com o Banco Central, “não há qualquer registro de problemas de segurança ou fraudes” envolvendo a ferramenta. Sua rapidez e praticidade, porém, que são grandes virtudes, podem se tornar um perigo caso não haja cuidado.

A principal isca do momento para golpes usando o Pix é o WhatsApp. Por meio de uma técnica chamada de engenharia social, criminosos enganam suas vítimas e pedem um código de confirmação recebido por SMS, com pretextos diversos. Com esse número, o aplicativo de conversas da vítima é clonado e vira um verdadeiro ‘cardápio de fraudes’.

O passo seguinte do criminoso costuma ser bem rápido: ele começa a enviar mensagens aos contatos da vítima, um por um, se passando pelo dono da conta e pedindo a transferência de uma quantia em dinheiro via Pix. A desculpa, normalmente, segue um padrão: o limite de transferências diárias foi excedido, mas ele precisa fazer uma última transferência urgente. Por isso, está pedindo ajuda e avisa que devolverá o dinheiro na manhã do dia seguinte.

É nesse momento que as características do Pix fazem a diferença: o dinheiro recebido pelos criminosos cai na mesma hora e é sacado rapidamente, impedindo que o banco anule a transação. Normalmente, quando a vítima percebe o problema e notifica a instituição financeira, não dá mais tempo de recuperar a quantia enviada.


O que fazer se cair no golpe?
Quanto mais rápido a vítima perceber que caiu em golpe, mais chances tem de reagir. Bordini, da New Space, e Germer, da PagBrasil, têm as mesmas orientações: avisar imediatamente a instituição financeira e a polícia sobre o ocorrido para registrar um Boletim de Ocorrência, denunciando a fraude. Ele conta que é importante também avisar os contatos, amigos e familiares, para que ninguém interaja ou envie transferências por engano para os criminosos.

Essas são também as orientações da FEBRABAN, que afirma que os bancos investem anualmente R$ 2 bilhões voltados para segurança da informação.

Três meses de Pix e o que esperar?
De 16 de novembro a 16 de fevereiro, o início da popularização do Pix já mostra números robustos. Segundo dados do Banco Central do Brasil, até o fim de janeiro, mais de 200 milhões de transações haviam sido realizadas com a ferramenta. O tipo de chave mais cadastrada é o CPF e o tipo de transação mais realizada é de pessoa para pessoa (P2P), seguida pela transferência de pessoa para empresa (P2B). A ferramenta é mais popular entre o público de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos, perdendo força conforme a idade aumenta. Até o fim de janeiro, 65.496.767 pessoas já haviam se cadastrado no Pix.

Ainda de acordo com o BC, em janeiro, a quantidade de Pix superou a quantidade de TED e DOC somados. De 1 a 25 de janeiro, foram 113.622.380 TEDs e DOCs e 133.879.584 transações via Pix. O banco Santander informou que já conta com mais de 36 milhões de operações realizadas e R$ 43 bilhões movimentados com a ferramenta. Já o NuBank, acredita que seu “alto número de cadastros” no Pix acontecem pela “clareza na informação e pelo fluxo prático e simples de registro das chaves no aplicativo”.

Via O Dia

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