segunda-feira, 1 de junho de 2020

Vítima de violência no Rio é enterrada em Nilópolis


NILÓPOLIS - Dois mototaxistas morreram baleados enquanto circulavam perto de comunidades da Zona Norte do Rio neste fim de semana.

Neste domingo (31), a família de Diego da Silva Linhares fez um buzinaço em direção ao cemitério onde o mototaxista foi enterrado, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Diego morreu na sexta-feira (29), durante uma operação da PM no Complexo do Chapadão, em Costa Barros.

Segundo o irmão, Diego levou um tiro nas costas depois de deixar um cliente na região. No mesmo dia, a filha do mototaxista completava dois anos de idade.

"A polícia entrou e saiu atirando, e pegou nas costas dele. Eles voltaram lá e fizeram como se meu sobrinho fosse um cachorro. Todo mundo dizendo que ele era morador, que ele era trabalhador, e a polícia foi lá e falou assim: vocês fazem aí, resolvam vocês, e deixaram meu sobrinho morrendo lá, na mingua", conta Maria da Conceição, tia de Diego.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que fez uma ação na comunidade e que foi atacada a tiros por criminosos, mas que os policiais não revidaram.

Na Tijuca, na mesma região, a dor é da família de Matheus Oliveira, que morreu com um tiro na cabeça no sábado (30). Matheus também trabalhava como mototaxista e tinha uma filha pequena, como Diego.

De acordo com testemunhas, o tiro foi disparado por policiais, perto da favela do Borel, na madrugada de sábado (30). A PM disse que apura a divergência entre a versão dada pelos policiais da Unidade de Polícia Pacificadora do Borel e a causa da morte identificada pela equipe médica do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio.

Manifestação contra mortes em Laranjeiras

Após as mortes de Diego da Silva Linhares, Matheus Oliveira, do menino João Pedro -- morto com um tiro nas costas dentro de casa durante ação da polícia em São Gonçalo -- e a de George Floyde, em Minneapolis, nos Estados Unidos, houve protesto em frente ao Palácio Guanabara, sede do Governo do Rio, neste domingo (31).

O ato "Vidas Negras Importam", que pedia o fim da violência policial, terminou em confusão nos arredores do palácio. Policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Um dos agentes apontou um fuzil em direção a um homem.

Policial aponta fuzil em direção a um homem no protesto Vidas Negras Importam, no Rio — Foto: Reprodução/GloboNews

Em nota, a PM informou que o militar "responderá administrativamente por ter ferido o protocolo interno ao apontar seu fuzil a um homem desarmado".

Via G1

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